Mulheres estão com tudo no boxe
Data: 06/07/2013
Foto: Lucas Luckezie
Nilma Rocha escolheu o boxe como principal atividade esportiva
LUCAS LUCKEZIE
A prática de atividade esportiva está mais do que comprovada que é uma maravilha para a qualidade de vida e manutenção da forma física. Mas o que você acha do boxe? Em Boa Vista, cada vez mais aumenta a procura das mulheres por esportes de alto impacto e o boxe tem sido o caminho mais curto entre a necessidade de se movimentar e a conquista corpo saudável.
De acordo com especialistas, grande parte do público feminino que procura as academias que oferecerem o boxe como atividade recreativa, busca treinamento e orientações para reduzir medidas, perder peso e melhorar o condicionamento físico para enfrentar cada vez mais uma jornada diária desgastante.
A doutoranda em biodiversidade e conservação da Amazônia, Nilma Rocha, 27 anos, pratica o boxe como atividade recreativa. Ela afirma que a modalidade é uma das melhores para eliminar aqueles quilinhos que tanto incomodam. “O boxe é um dos melhores para perder peso e ganhar condicionamento-físico, então, por isso que escolhi o boxe e o associo à musculação, para perda de peso”, afirmou.
Outra personagem que encara os treinos pesados como principal fonte de manutenção da saúde do corpo, é a cabeleireira Rafaelle Cavalcante, que treina boxe há um mês. Ela conta que a curiosidade despertou o seu interesse. “Escolhi o boxe por curiosidade. Desde que comecei a treinar boxe, melhorei no dia a dia e na resistência-física”, destacou.
O treinador “Tornado”, responsável pelo treinamento de Nilma Rocha e Rafaelle Cavalcante, avalia os treinamentos realizados com elas e com outras mulheres da academia. “O trabalho sempre tem resultado, e ele é muito bom. O boxe ajuda muito a perder peso, isso vale para qualquer pessoa. São exercícios muito fortes para emagrecer”, declarou.
Tornado destaca os principais exercícios no treinamento de boxe que as mulheres realizam. “Três minutos de exercício, depois um minuto de descanso, pula corda, corrida com peso, socando, bate saco, batendo bola para pegar equilíbrio. Elas também passam por debaixo de cordas e vários outros exercícios que ajudam muito na parte física e a emagrecer”, destacou.
Para o instrutor de musculação, Diego Liberato, o boxe proporciona vários benefícios às mulheres. “O boxe tem um bom desenvolvimento tanto na parte física como no trabalho psicológico da pessoa. Evita o sedentarismo, até mesmo alguns tipos de doenças que podem acarretar devido ao sedentarismo. O boxe ajuda bastante no emagrecimento, na coordenação motora, tanto dos membros superiores quanto dos inferiores”, destacou.
Outro profissional que viu o boxe como opção de serviço a ser oferecido para as mulheres de Boa Vista, foi o professor de educação física pós-graduado em atividade desportiva, Thiago Rocha. Ele é responsável pelo treino diário de 150 mulheres em uma associação. Thiago explica que, em uma hora de treino diário, as mulheres chegam a queimar entre 800 e 900 calorias. “O boxe e o aeroboxe atraem o público feminino pelas técnicas usadas para melhorar o condicionamento-físico. A grande maioria dos exercícios trabalha os músculos que as mulheres mais gostam de trabalhar, que são os braços, o glúteo e abdômen”, destacou.
Flor e Lany levaram o boxe tão a sério que ganharam destaque no cenário nacional
Agora quando o boxe é levado ao “pé da letra”, os destaques são as atletas Cyrlania Souza, conhecida como Lany, e Swammy de Jesus, a Flor, as maiores promessas do boxe feminino roraimense.
Elas já disputaram campeonatos nacionais e internacionais e hoje figuram entre as 10 melhores pugilistas do Brasil, segundo o ranking da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe). Atualmente, elas se preparam para disputar o Campeonato Brasileiro de Boxe Feminino, entre os dias 21 e 28 de julho, em Campo Grande-MT.
A pugilista Lany, 26 anos, pratica boxe há cerca de quatro anos, e está na 5ª posição no ranking da CBBoxe, na categoria até 57kg (Pena). Os treinadores Angel Guevara e Bráulio Gomes auxiliam nos treinos. Ela conta que a curiosidade a levou a praticar o boxe. “Foi por curiosidade. Eu sempre gostei de artes marciais, e o boxe foi a arte marcial que mais me identifiquei”, declarou.
A atleta Flor, 23 anos, também pratica boxe há cerca de quatro anos. Ela está na 7ª colocação no ranking da CBBoxe, pela categoria até 48 kg (Mosca). Desde abril, está morando em Tumeremo na Venezuela, onde passa pela fase final de treinamentos comandada pelo jovem treinador Yohan Leon, 22, com foco no Campeonato Brasileiro de Boxe.
Ela destaca sua expectativa de competir o Brasileiro de Boxe. “Estou com grandes expectativas, confiante. Estou acreditando na tão sonhada medalha de ouro para a minha conquista pessoal e reconhecimento do boxe roraimense”, declarou. Flor aproveitou para avaliar os treinamentos. “Os treinamentos aqui [na Venezuela] são ótimos e o treinador Yohan Leon está fazendo um belíssimo trabalho comigo”, destacou.
O treinador Angel Guevara, avalia os treinos de Lany e de Flor - quando ela está em Roraima. “Hoje em dia, o boxe feminino em Roraima tem se tornado conhecido por causa da Lany, da Flor, e outras atletas. Nós temos desenvolvido aqui esse trabalho, de forma a dominar progressivamente o boxe, para ser conhecido não só nacionalmente, mas no mundo inteiro”, destacou.
As atletas já disputaram a Copa Norte de Boxe em maio, e campeonatos na Venezuela. Em 2012, Lany foi medalha de bronze no Campeonato Brasileiro de Boxe, realizado em Palmas. No I Torneio de Boxe Olímpico José Menezes, Lany derrotou a venezuelana Sandra Muñoz, por decisão unânime dos juízes.
Elas são apoiadas pelo Ministério do Esporte. Flor é bolsista e Lany teve a documentação aprovada pelo Ministério para ser contemplada com a Bolsa Atleta Nacional 2013.
Jovens lutam boxe. Afresco da Civilização Minoica, em Acrotiri, Santorini, cerca de 1500 a.C.
A primeira referência à prática de lutas com punhos fechados foi registrada numa placa de pedra da Mesopotâmia de 5 mil anos a.C. Logo, no terceiro milênio a.C, os sumérios se socavam, bem como os egípcios por volta de 2 mil a.C. Em 668 a.C., os gregos incorporaram a prática às Olimpíadas, na 23ª Olimpíada da Antiguidade. Foi na Grécia que a atividade foi organizada e ganhou regras. O esporte ressurgiu na Inglaterra, no século XVIII, e então foi reconhecido pelo nome “boxe”. A princípio, não havia regras. Foi então que a partir de 1788, surgiram as primeiras limitações de golpes. O esporte voltou a ser olímpico a partir de 1904, nos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Desde então, o boxe ganhou fama e prestígio, tornando-se um esporte milionário.
Os primeiros registros da prática no Brasil datam entre o fim do século XIX e início do século XX, quando marinheiros europeus aportaram em Santos e no Rio de Janeiro, e fizeram exibições do esporte, que até então era marginalizado pelas elites dirigentes do país na época. A partir de 1919, o boxe começou a ser divulgado e entre 1921 e 1922, foi legalizado no país.
O boxe olímpico até 2008 era disputado apenas por homens. Em 2009, o Comitê Olímpico Internacional (COI) introduziu o boxe feminino às Olimpíadas, e em 2012, o boxe brasileiro feminino ganhou notoriedade quando a lutadora Adriana Araújo entrou para a história do boxe brasileiro ao conquistar o bronze nas Olimpíadas de Londres, sendo a centésima medalha olímpica para o Brasil e a primeira para o boxe feminino brasileiro.
RORAIMA - O boxe em Roraima começou a ter apoio de treinadores a partir de 1995. Segundo o treinador Angel Guevara, os trabalhos começaram na academia Del Esporte. Logo, os treinos foram transferidos para outra academia, há dez anos. Após um período, a Vila Olímpica foi o local dos treinos.
No decorrer do tempo, foram fundadas academias como a Associação Roraimense de Boxe em 2001, depois vieram a Academia Esparta, Associação América Champion, e a Associação Atlética Roraima de Boxe/Gigantes de Aço. Em 2005, foi fundada a Federação de Boxe do Estado de Roraima (FBER), para apoiar o esporte no estado.
O boxe em Roraima começou a contar com mulheres em meados de 2007, quando atletas como Flor e Lany despertaram o interesse em praticá-lo. Até então, segundo o presidente da Federação de Boxe do Estado de Roraima (FBER), Bráulio Gomes, não havia uma perspectiva para o crescimento do boxe feminino. Com a aprovação do Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2009, para introduzir o boxe feminino às Olimpíadas, o boxe feminino ganhou espaço.
A prática de atividade esportiva está mais do que comprovada que é uma maravilha para a qualidade de vida e manutenção da forma física. Mas o que você acha do boxe? Em Boa Vista, cada vez mais aumenta a procura das mulheres por esportes de alto impacto e o boxe tem sido o caminho mais curto entre a necessidade de se movimentar e a conquista corpo saudável.
De acordo com especialistas, grande parte do público feminino que procura as academias que oferecerem o boxe como atividade recreativa, busca treinamento e orientações para reduzir medidas, perder peso e melhorar o condicionamento físico para enfrentar cada vez mais uma jornada diária desgastante.
A doutoranda em biodiversidade e conservação da Amazônia, Nilma Rocha, 27 anos, pratica o boxe como atividade recreativa. Ela afirma que a modalidade é uma das melhores para eliminar aqueles quilinhos que tanto incomodam. “O boxe é um dos melhores para perder peso e ganhar condicionamento-físico, então, por isso que escolhi o boxe e o associo à musculação, para perda de peso”, afirmou.
Outra personagem que encara os treinos pesados como principal fonte de manutenção da saúde do corpo, é a cabeleireira Rafaelle Cavalcante, que treina boxe há um mês. Ela conta que a curiosidade despertou o seu interesse. “Escolhi o boxe por curiosidade. Desde que comecei a treinar boxe, melhorei no dia a dia e na resistência-física”, destacou.
O treinador “Tornado”, responsável pelo treinamento de Nilma Rocha e Rafaelle Cavalcante, avalia os treinamentos realizados com elas e com outras mulheres da academia. “O trabalho sempre tem resultado, e ele é muito bom. O boxe ajuda muito a perder peso, isso vale para qualquer pessoa. São exercícios muito fortes para emagrecer”, declarou.
Tornado destaca os principais exercícios no treinamento de boxe que as mulheres realizam. “Três minutos de exercício, depois um minuto de descanso, pula corda, corrida com peso, socando, bate saco, batendo bola para pegar equilíbrio. Elas também passam por debaixo de cordas e vários outros exercícios que ajudam muito na parte física e a emagrecer”, destacou.
Para o instrutor de musculação, Diego Liberato, o boxe proporciona vários benefícios às mulheres. “O boxe tem um bom desenvolvimento tanto na parte física como no trabalho psicológico da pessoa. Evita o sedentarismo, até mesmo alguns tipos de doenças que podem acarretar devido ao sedentarismo. O boxe ajuda bastante no emagrecimento, na coordenação motora, tanto dos membros superiores quanto dos inferiores”, destacou.
Outro profissional que viu o boxe como opção de serviço a ser oferecido para as mulheres de Boa Vista, foi o professor de educação física pós-graduado em atividade desportiva, Thiago Rocha. Ele é responsável pelo treino diário de 150 mulheres em uma associação. Thiago explica que, em uma hora de treino diário, as mulheres chegam a queimar entre 800 e 900 calorias. “O boxe e o aeroboxe atraem o público feminino pelas técnicas usadas para melhorar o condicionamento-físico. A grande maioria dos exercícios trabalha os músculos que as mulheres mais gostam de trabalhar, que são os braços, o glúteo e abdômen”, destacou.
O boxe levado a sério por Lany e Flor
Flor e Lany levaram o boxe tão a sério que ganharam destaque no cenário nacional
Agora quando o boxe é levado ao “pé da letra”, os destaques são as atletas Cyrlania Souza, conhecida como Lany, e Swammy de Jesus, a Flor, as maiores promessas do boxe feminino roraimense.
Elas já disputaram campeonatos nacionais e internacionais e hoje figuram entre as 10 melhores pugilistas do Brasil, segundo o ranking da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe). Atualmente, elas se preparam para disputar o Campeonato Brasileiro de Boxe Feminino, entre os dias 21 e 28 de julho, em Campo Grande-MT.
A pugilista Lany, 26 anos, pratica boxe há cerca de quatro anos, e está na 5ª posição no ranking da CBBoxe, na categoria até 57kg (Pena). Os treinadores Angel Guevara e Bráulio Gomes auxiliam nos treinos. Ela conta que a curiosidade a levou a praticar o boxe. “Foi por curiosidade. Eu sempre gostei de artes marciais, e o boxe foi a arte marcial que mais me identifiquei”, declarou.
A atleta Flor, 23 anos, também pratica boxe há cerca de quatro anos. Ela está na 7ª colocação no ranking da CBBoxe, pela categoria até 48 kg (Mosca). Desde abril, está morando em Tumeremo na Venezuela, onde passa pela fase final de treinamentos comandada pelo jovem treinador Yohan Leon, 22, com foco no Campeonato Brasileiro de Boxe.
Ela destaca sua expectativa de competir o Brasileiro de Boxe. “Estou com grandes expectativas, confiante. Estou acreditando na tão sonhada medalha de ouro para a minha conquista pessoal e reconhecimento do boxe roraimense”, declarou. Flor aproveitou para avaliar os treinamentos. “Os treinamentos aqui [na Venezuela] são ótimos e o treinador Yohan Leon está fazendo um belíssimo trabalho comigo”, destacou.
O treinador Angel Guevara, avalia os treinos de Lany e de Flor - quando ela está em Roraima. “Hoje em dia, o boxe feminino em Roraima tem se tornado conhecido por causa da Lany, da Flor, e outras atletas. Nós temos desenvolvido aqui esse trabalho, de forma a dominar progressivamente o boxe, para ser conhecido não só nacionalmente, mas no mundo inteiro”, destacou.
As atletas já disputaram a Copa Norte de Boxe em maio, e campeonatos na Venezuela. Em 2012, Lany foi medalha de bronze no Campeonato Brasileiro de Boxe, realizado em Palmas. No I Torneio de Boxe Olímpico José Menezes, Lany derrotou a venezuelana Sandra Muñoz, por decisão unânime dos juízes.
Elas são apoiadas pelo Ministério do Esporte. Flor é bolsista e Lany teve a documentação aprovada pelo Ministério para ser contemplada com a Bolsa Atleta Nacional 2013.
O boxe do mundo para Roraima
Jovens lutam boxe. Afresco da Civilização Minoica, em Acrotiri, Santorini, cerca de 1500 a.C.
A primeira referência à prática de lutas com punhos fechados foi registrada numa placa de pedra da Mesopotâmia de 5 mil anos a.C. Logo, no terceiro milênio a.C, os sumérios se socavam, bem como os egípcios por volta de 2 mil a.C. Em 668 a.C., os gregos incorporaram a prática às Olimpíadas, na 23ª Olimpíada da Antiguidade. Foi na Grécia que a atividade foi organizada e ganhou regras. O esporte ressurgiu na Inglaterra, no século XVIII, e então foi reconhecido pelo nome “boxe”. A princípio, não havia regras. Foi então que a partir de 1788, surgiram as primeiras limitações de golpes. O esporte voltou a ser olímpico a partir de 1904, nos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Desde então, o boxe ganhou fama e prestígio, tornando-se um esporte milionário.
Os primeiros registros da prática no Brasil datam entre o fim do século XIX e início do século XX, quando marinheiros europeus aportaram em Santos e no Rio de Janeiro, e fizeram exibições do esporte, que até então era marginalizado pelas elites dirigentes do país na época. A partir de 1919, o boxe começou a ser divulgado e entre 1921 e 1922, foi legalizado no país.
O boxe olímpico até 2008 era disputado apenas por homens. Em 2009, o Comitê Olímpico Internacional (COI) introduziu o boxe feminino às Olimpíadas, e em 2012, o boxe brasileiro feminino ganhou notoriedade quando a lutadora Adriana Araújo entrou para a história do boxe brasileiro ao conquistar o bronze nas Olimpíadas de Londres, sendo a centésima medalha olímpica para o Brasil e a primeira para o boxe feminino brasileiro.
RORAIMA - O boxe em Roraima começou a ter apoio de treinadores a partir de 1995. Segundo o treinador Angel Guevara, os trabalhos começaram na academia Del Esporte. Logo, os treinos foram transferidos para outra academia, há dez anos. Após um período, a Vila Olímpica foi o local dos treinos.
No decorrer do tempo, foram fundadas academias como a Associação Roraimense de Boxe em 2001, depois vieram a Academia Esparta, Associação América Champion, e a Associação Atlética Roraima de Boxe/Gigantes de Aço. Em 2005, foi fundada a Federação de Boxe do Estado de Roraima (FBER), para apoiar o esporte no estado.
O boxe em Roraima começou a contar com mulheres em meados de 2007, quando atletas como Flor e Lany despertaram o interesse em praticá-lo. Até então, segundo o presidente da Federação de Boxe do Estado de Roraima (FBER), Bráulio Gomes, não havia uma perspectiva para o crescimento do boxe feminino. Com a aprovação do Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2009, para introduzir o boxe feminino às Olimpíadas, o boxe feminino ganhou espaço.
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