terça-feira, 13 de agosto de 2013

Mestres desenvolvem trabalho para resgatar capoeira em Roraima Os mestres Caimbé e Renato querem resgatar o verdadeiro valor da capoeira. Hoje, noventa por cento dos praticantes são oriundos de projetos sociais.

Por Alberto Rolla Boa Vista, Roraima

Já se foi o tempo em que os eventos de capoeira reuniam centenas de praticantes em Roraima. Preocupados com o rumo da arte marcial brasileira no estado, os mestres Caimbé e Renato resolveram desenvolver um trabalho de resgate da arte-luta, que é considerada uma expressão cultural brasileira que mistura esporte, cultura popular e música.

Fundada em 12 de agosto de 2010, a Federação Roraimense de Capoeira surgiu após os Jogos Roraimenses de Capoeira com a finalidade de difundir a modalidade no estado, prezando pela união e fortalecimento dos grupos, de modo a possibilitar que todos tenham acesso à cultura. Porém, a entidade não vinha desempenhando nenhum projeto.

- A federação existe há três anos, mas não tem muita divulgação. Temos que fazer com que ela tenha visibilidade. Por isso, estamos à frente das atividades. O trabalho já está sendo realizado há um bom tempo. A própria federação nasceu depois de um processo de amadurecimento por parte dos líderes dos grupos. Tudo é feito em prol da capoeira - destacou Caimbé.

Os grupos de capoeira desevolvem projetos para resgatar a capoeira em Roraima  (Foto: Arquivo Pessoal) 
Os grupos de capoeira desenvolvem projetos para resgatar a capoeira em Roraima (Foto: Arquivo Pessoal)
 
Hoje, em Roraima, existem sete associações, com média de 100 alunos por grupo: Senzala (Renato), Abadá (Carnaúba), Angola Palmares (Ongira), Arte Capoeira (Bahia), Amazônia Capoeira (Geocondo), Raízes Brasileiras (Caimbé) e o Centro de Capoeira UFRR (Akira).

- A capoeira já foi melhor em Roraima, por isso resolvemos nos unir para fazer com que a nossa arte volte a ocupar o lugar de destaque. Vamos resgatar os grandes eventos, como nos batizados que reuniam cerca de 200 alunos por grupo - lembrou Caimbé.

Alunos oriundos de projetos

Segundo Caimbé, noventa por cento dos alunos que praticam capoeira nas academias são procedentes dos projetos sociais. Atualmente, a média é de 120 atletas por evento. Ele afirma ainda que há o próprio desinteresse do jovem em praticar esportes.

- Os jovens estão muito ligados em jogos eletrônicos. Eu vejo também uma queda em outras áreas, não somente na capoeira. Temos muitos alunos dentro dos projetos, mas nas academias a realidade é bem diferente. Somente os mais antigos continuam treinando. Vamos fazer com que o público jovem volte a se interessar pela nossa arte - frisou Caimbé.

Queda é geral

De acordo com o mestre Renato, a capoeira está em queda em todo o Brasil. Ele disse que a união dos grupos é o fator principal para conseguir resgatar a modalidade em Roraima.

- A capoeira já teve várias fases ruins. Foi uma queda geral. Em todas as cidades não têm mais aquela quantidade de alunos. Os jovens estão procurando o MMA. Eles querem competir, por isso perdemos um pouco. Mas nós temos um fator positivo: a nossa união. Diferente nos outros estados. As pessoas têm que entender os benefícios que a capoeira traz. Estamos tentando mostrar o seu verdadeiro valor - disse Renato.

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